Solar Impulse 2 faz volta ao mundo com energia solar
O Solar Impulse é um projeto que vem sendo desenvolvido pela Escola Politécnica Federal de Lausana, na Suíça desde 2003 e consiste em uma aeronave capaz de navegar tendo o sol como combustível. Com uma envergadura de aproximadamente 72 metros e surpreendentemente leve para um avião, o Solar Impulse 2 é a versão mais nova do projeto e foi concluída em 2014. A asa do avião absorve a energia solar por meio de fotocélulas, transformando-a em energia elétrica e a armazenando-a em uma bateria de lítio, que proporciona a força suficiente para a propulsão e também para o voo noturno.
O primeiro modelo obteve sucesso na travessia da costa dos Estados Unidos em 2013 e do Mar Mediterrâneo em 2012. Entretanto, com o avanço das tecnologias e os excelentes resultados das experiências anteriores, a eficiência energética da nova máquina pôde ser ampliada, tornando a aeronave apta para uma aventura ainda maior. Em junho de 2016, o Solar Impulse concluiu uma viagem ao redor do planeta, que durou 503 dias. O pouso foi em Abu Dhabi, a mesma cidade de onde decolou em março do ano anterior. Depois de mais de 40 mil horas de voo, a ousada equipe de pesquisa e os pilotos suíços Bertrand Piccard e Andre Borschberg, comprovaram para mundo que é possível vislumbrar um futuro onde, cruzar o céu com energia limpa e renovável, não é mais um sonho.
O avião conta com um só lugar, que é o do piloto e, embora possa navegar autonomamente por dias, os pilotos tinham apenas 20 minutos de cochilo e paradas estratégicas ao longo do trajeto para revezamento. Piccard e Borchberg, que cruzaram oceanos pela primeira vez na história sem nenhuma gota de combustível, mantinham contato constante com a equipe em terra durante toda a viagem e regressaram orgulhosos de sua grande contribuição para as pesquisas sobre energia limpa. “Um momento muito bom foi quando voei sobre o Pacífico e pude falar por telefone satélite com Ban Ki-moon (secretário-geral das Nações Unidas). Era o Dia da Terra, havia uma Assembleia Geral das Nações Unidas… foi um ponto alto para mim, porque foi para isso que iniciei este projeto: para dar voz às tecnologias limpas. Fiquei muito contente”- relata Piccard em entrevista a um jornal europeu.
O Solar Impulse 2 é um projeto ousado, não só pela ambição épica de dar a volta ao mundo movido apenas pela luz do sol, mas especialmente por desafiar a engenharia e a física, buscando conciliar diferentes propriedades, como tamanho, leveza, agilidade, aerodinâmica, flexibilidade e resistência a condições extremas de temperatura, pressão e impacto. A inovação sem limites que a aeronave representa hoje, foi vista no início com descrença por muitos especialistas, que alegavam ser tal invenção “grande demais, leve demais e impossível de controlar num voo”.
Para esse desafio, a tecnologia de impressão 3D foi uma boa aliada. Garantir tantos atributos nas peças que compõem as estruturas complexas de uma aeronave tão específica só foi possível graças à possibilidade de modelar de polímeros de alta performance, proporcionada por impressoras 3D. As peças mecânicas mais simples, como elementos de fixação e parafusos, puderam ser confeccionadas com materiais extremamente leves, porém muito resistentes. Já as peças mecânicas complexas, como clipes de iluminação ou as caixas para equipamentos foram feitas sob medida, atendendo todas a exigências de design e performance.
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