Manutenção Prescritiva é o futuro da indústria 4.0

Desde que o mundo passou por sua primeira Revolução Industrial, trazendo desenvolvimento, inovação e novos conhecimentos, os processos industriais não pararam de evoluir e cada vez mais as máquinas ocuparam seus lugares nas fábricas.

Com isso, uma nova demanda surgiu: a manutenção de máquinas e equipamentos, já que para garantir um bom funcionamento e alta produtividade, a prevenção de falhas e correções torna imperativo o advento da manutenção.

Jornada de evolução dos sistemas de manutenção

Pode-se dizer que o homem desde os tempos das cavernas já desenvolve meios de correção para seus utensílios diários, mas foi a partir de 1914, com a Primeira Guerra Mundial, que as técnicas de manutenção se tornaram mais aprimoradas.

A cada revolução industrial, com as novas tecnologias de produção surgem também novas abordagens de manutenção. Conceitualmente, pode-se classificar em quatro os tipos de manutenção praticadas pela indústria.

Manutenção reativa ou corretiva: também conhecida como run to failure — ou, traduzindo, funcionando até a falha — é aquela em que nenhuma análise é feita e a manutenção só acontece após a falha do equipamento. Apesar de ser uma abordagem dita primitiva, por vezes é justificada dada baixíssima criticidade do ativo dentro do processo produtivo e relativo baixo custo em sua manutenção;

Manutenção preventiva: quando o sistema operacional é interrompido de tempos em tempos para corrigir o que for (ou não) necessário e trocar peças que têm uma validade pré-determinada pelo fabricante, independentemente se a máquina apresenta falhas ou não.

É uma abordagem muito utilizada que pode ser demasiadamente dispendiosa, pois pode-se substituir partes e peças na metade de sua vida útil e substitui-las por outras com defeitos e/ou vícios em sua fabricação, por exemplo;

Manutenção Prescritiva

Manutenção preditiva: é monitoramento das condições de funcionamento. Rotas de verificações frequentes são traçadas para se saber o real estado momentâneo do equipamento e, a partir dos resultados e tendências destas medições, são tomadas decisões de reparo ou continuidade;

Manutenção prescritiva: conhecida como o futuro da manutenção. Nessa abordagem a medição e a análise ocorrem remotamente e em tempo real, não havendo a necessidade do técnico ir até o local onde está o equipamento apenas para avaliá-lo.

Também não é preciso consultar os dados ou o histórico daquela máquina, já que o próprio sistema terá uma inteligência artificial tomadora de decisões, que integrando todas as informações da concepção do equipamento, do seu histórico de funcionamento e falhas, comparando estes com históricos de diversas outras máquinas similares em seu banco de dados, somadas às condições ambientais de temperatura e humidade, por exemplo, decidirá pela manutenção e/ou continuidade da operação.

Desta forma, o técnicos poderão dedicar-se aos trabalhos de reparo e substituição de ativos.

Manutenção prescritiva: o futuro da manutenção

Ao pensar na jornada de evolução dos sistemas de manutenção, a prescritiva está no ponto mais alto. Nela, por meio de tecnologias, como machine learning, é possível acessar todos os dados registrados sobre a máquina, bem como todos os comportamentos de ativos semelhantes. Além disso, a maior vantagem da manutenção prescritiva é a tomada de decisão totalmente automatizada, com rapidez e exatidão.

Quando pensamos na quantidade de dados do sistema e na estratégia da manutenção, a prescritiva está muito à frente. Por meio da utilização de multidados, os técnicos têm um número de informações muito maior e a chance de tomar uma decisão mais assertiva e embasada aumenta, ao invés de gastar tempo avaliando o equipamento e fazendo plano de manutenção.

As empresas que adotam uma estratégia da manutenção mais próxima a prescritiva podem transferir o esforço e tempo que seus técnicos geralmente gastam analisando dados para outra atividade que demande uma dedicação tão ou mais importante. Já na abordagem preditiva e com maior eficiência na prescritiva, tudo funciona como uma triagem médica, na qual a doença — ou no caso, a falha — é definida de acordo com sua criticidade, sendo assim definida a necessidade de ser consultada, ou não, por um clínico geral ou por um especialista.

Portanto, a otimização do serviço de manutenção é vantajosa para o cliente que não pode permanecer com seu equipamento quebrado, e para o profissional, cuja rotina e equipe cada vez mais enxuta, o obriga a ir direto ao ponto principal do problema, já com uma solução definida.

Manutenção Prescritiva

De acordo com a pesquisa da Confederação Nacional da Indústria — CNI, até 2016, 63% das empresas utilizavam novas tecnologias digitais, e apenas 48% pretendiam adotar as inovações tecnológicas. A partir de 2018 houve um aumento significativo do interesse das empresas pela chamada “Indústria 4.0”, — e o número passou de 63% para 73%. Ou seja, hoje, pelo menos 7 em cada 10 grandes indústrias pretendem ou utilizam tecnologias digitais em seu dia a dia – o que mostra avanço e uma maior preocupação dos setores industrial e empresarial.

No entanto, é importante pontuar que até 2018, apenas 21% das empresas utilizavam tecnologias de coleta, processamento e análise de grandes quantidades de dados (big data), e somente 9% adotaram tecnologias de sistemas inteligentes de gestão, como a Inteligência Artificial.

A pouca utilização de tecnologias ligadas ao mesmo sistema que opera a manutenção prescritiva ocorre porque a maioria dessas empresas ainda estão em um estágio inicial da o risco de serem deixadas para trás. A manutenção prescritiva é de fato o futuro da manutenção.

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