pessoas capacitadas para a indústria 4.0

O Brasil precisa de pessoas capacitadas para a indústria 4.0

O Brasil precisa de pessoas capacitadas para a indústria 4.0

O processo de adaptação das indústrias ao conceito 4.0 passa por muitos fatores além da adoção da tecnologia necessária para integrar dados e conectar máquinas.

A indústria 4.0 engloba toda a cadeia de produção fabril, desde a relação com fornecedores, passando por mão-de-obra e processos internos, e chegando na logística e no impacto da produção na vida em sociedade.

Porém, um estudo recente da Deloitte revela que no Brasil o caminho ainda é longo para contemplar todos estes componentes no desenvolvimento das indústrias conectadas.

A pesquisa intitulada “Sucesso Personificado na Quarta Revolução Industrial: quatro personalidades de liderança para uma era de mudança e incerteza”, mapeou  as personas dos líderes dentro do contexto de indústria 4.0 para entender o nível de maturidade das fábricas quanto a este tema.

Pessoas capacitadas para a indústria 4.0

A pesquisa ouviu mais de dois mil executivos, de 19 países, que representam empresas com receita de mais de R$ 1bilhão. No estudo foram ouvidos 125 brasileiros.

A conclusão foi que o avanço deste conceito no país ainda é tímido, centralizado em grandes corporações. Os  maiores desafios são os que tangem às pessoas.

De acordo com a pesquisa, 54% dos entrevistados no Brasil afirmam ter dificuldade em atrair talentos com as competências necessárias para as fábricas alinhadas com o conceito 4.0 –  no mundo, essa porcentagem cai para 48%.

A falta de profissionais com conhecimento tecnológico e demais competências é percebida por 38% dos entrevistados.

Os dados mostram um problema estrutural no sistema de educação. Apenas 29% dos entrevistados acreditam que o atual sistema educacional preparará suficientemente os indivíduos para que possam atuar neste cenário.

Por outro lado, cerca de somente 28% apontaram que treinaram seus atuais funcionários para atender às demandas desta revolução.

Ocorre que, aqui no Brasil, temos um longo caminho a percorrer, pois desde o ensino básico já encontramos uma defasagem no currículo escolar.

Isso sem entrar no mérito das desigualdades sociais, o que agrava ainda mais nosso sistema educacional. Então, quando o jovem chega à faculdade, salvo raras exceções, ele não está habituado a lidar com essas mudanças que são intrínsecas à Indústria 4.0.

O que esperamos é que o Brasil, seja por parte do governo ou da iniciativa privada, comece a preparar desde já profissionais para essa nova era.

Precisamos passar a produzir tecnologia e não apenas consumi-la. Tenho plena certeza de nosso potencial.

Perfil dos líderes da indústria 4.0

A pesquisa mapeou, também, o perfil de quem irá liderar esta transformação dentro das indústrias. Ela chegou em quatro perfis:

  • Data-driven decisive (Estratégia): trabalham para desenvolver estratégias eficazes para suas empresas, em mercados em rápida transformação;
  • Disruption driver (Tecnologia): concentram-se mais no uso de tecnologias da 4ª Revolução Industrial para proteger seus negócios do que para fazer investimentos arriscados;
  • Talent champion (Talentos): Estão mais à frente na preparação de suas forças de trabalho para o futuro; acreditam que sabem quais são as competências que suas empresas vão precisar ;
  • Social super (Sociedade): Expressam um compromisso genuíno em melhorar o mundo, considerando o alto impacto da Indústria 4.0 na sociedade.

 

De acordo com a pesquisa, os líderes brasileiros se encaixam mais no perfil Social Super, apesar de existirem pontos de destaque nos outros perfis também.

Ou seja, eles se mostram preocupados com os impactos de seu trabalho na sociedade.  Por volta de 80% dos entrevistados brasileiros indicam que desenvolveram ou alteraram, no último ano, um produto ou serviço para causar um impacto mais positivo na sociedade ou no meio ambiente.

Não é possível fazer com que essa revolução chegue até as pessoas sem a união de sociedade civil, academia, governos e iniciativa privada. É uma questão de sobrevivência. Não acompanhar essa revolução pode nos levar ao fracasso”, finaliza Othon.

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