Nos últimos anos a impressão 3D vem sendo amplamente utilizada em todos os ramos das Forças Armadas, sobretudo nos Estados Unidos. Por meio de processos de manufatura aditiva já foram desenvolvidas soluções para segurança nas operações, alimentação das tropas, precisão dos armamentos, reparos em equipamentos e até mesmo manutenção em alto mar

Em 2014, por exemplo, ocorreu episódio impressionante em uma missão da Marinha Americana, no qual tecnologia de impressão 3D teve um papel fundamental. O Capitão da Marinha Americana pilotava um avião AV-8B Harrier, quando o trem de pouso dianteiro falhou e foi necessário fazer uma aterrisagem de emergência no porta-aviões, em alto mar. Graças à competência e treinamento de elite do capitão, foi possível pousar a aeronave verticalmente – como um helicóptero –  apoiando a parte dianteira do avião em uma estrutura que manteve seu equilíbrio.

A pesar do sucesso da manobra, o pouso forçado causou danos na parte frontal da aeronave que necessitava imediatamente de reparos.  A equipe de técnicos decidiu remover as estruturas danificadas e, em seguida, substituí-las. Era necessário produzir peças metálicas de reforço, chamadas “duplicadores” para se acoplarem perfeitamente às partes não danificadas que permaneceram na aeronave. O Fleet Readiness Center East – FRCE, responsável pela produção de peças de manutenção da frota, tinha o desafio de fabricar os duplicadores de reforço em menos tempo possível para que a reparação do Harrier Carrier fosse realizada em alto mar.

E é aí que entra genialidade da tecnologia de impressão 3D. Primeiramente foi obtido um conjunto de dados que descreviam precisamente o design das estruturas que seriam duplicadas e, assim, por meio da técnica FDM Fused Deposition Modeling, ou seja, modelagem por fusão e deposição, foi possível criar, em pouquíssimo tempo, as ferramentas para a confecção das peças de substituição. Além disso, foram desenvolvidas ferramentas guias para brocas, de forma a orientar perfeitamente a perfuração para o encaixe exato dos duplicadores.

Em uma semana a aeronave contava com todas as peças e ferramentas para o seu reparo em alto mar. É um grande avanço para as forças armadas. Sem a tecnologia 3D para auxiliar nesse casso, a Marinha precisaria mobilizar muitos outros navios, e correr contra o tempo, na produção dos padrões necessários.

Isso mostra que a impressão 3D, muito mais que uma tendência, está se tornando a solução mais acertada em casos em que questões como precisão, qualidade, tempo e custo estão em jogo. Uma vez que os milionários equipamentos militares demandam constantemente reparos de emergência, não há dúvidas de que a impressão 3D será a grande aliada dos engenheiros e técnicos das Forças Armadas, num futuro muito próximo.

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